Estava eu passando pela rua dos bancos mais precisamente na calçada oposta aos bancos quando olho para cima e vejo uma placa indicando que ali naquele local é a RECEITA FEDERAL.
Pensei "PROGRESSO !" e depois "PROGRESSO ?".
E logo me passou um filme pela cabeça....lugar antes tanto frequentado por minha geração e tantas outras.
Ali na, agora, RECEITA FEDERAL que aprendi a fazer uma pesquisa, a procurar no índice, a interagir em grupos, trocar experiências, alugar um livro....tudo isso muito bem auxiliado pelas MOÇAS DA BIBLIOTECA que tinham todo o nosso respeito e hoje vejo como nos conduziam bem no caminho do aprendizado.
Era muito fácil para essas MOÇAS nos dar o livro e mostrar onde estava o que procurávamos, mas não....elas nos davam um montante de livros para que nos virássemos e ali fizéssemos nossa pesquisa, isso nos soava como se fosse um "Se FO@# aí...tô lhes dando 5 livros, não quer que eu pesquise pra vocês né ?".
Como sou grato a essas MOÇAS DA BIBLIOTECA, desde o pedido de silêncio("xiiiiiu") até as pilhas de livros que me fizeram adquirir bom senso, respeito e destreza.
Sou capaz de reconhecer cada uma ao passar pela rua, não lembro o nome exato delas, mas serão sempre as MOÇAS DA BIBLIOTECA.
E apesar de todo o respeito que tínhamos por essas MOÇAS, as vezes abusávamos com uns risos e vozes que ultrapassam o limite permitido em uma biblioteca. Éramos chamados a atenção por isso e respeitávamos....
Mas uma MOÇA em particular empunha mais respeito e nunca me lembro de nos ter dirigido a palavra para uma "bronquinha", papel que atribuíamos as MOÇAS DA BLIBLIOTECA.
Bastava a presença dessa MOÇA para que nos etre olhassemos, pelo menos meu grupo, e falássemos em canto de boca "xiiiiiiiu, Tia Carminha está aí"...era um respeito natural...diferente daquele de um diretor de colégio estereotipado que nos põe "medo"....era mágico...parecia que a presença dela nos fizesse atender a todos os pré-requisitos que já sabíamos e que as MOÇAS DA BIBLIOTECA nos condicinavam tão bem, não sei explicar direito,simplesmente era assim.
att.,
Da minha infância querida que os anos não trazem mais!